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segunda-feira, março 15, 2004

A escrita morre-nos nos braços.

Em redor dos meus olhos tenho as falanges gélidas das lágrimas e dos precípicios. Sei que já terminaram as badaladas do teu relógio de parede e que a distância nos ergue muros de pessoas com os lábios gretados pela falta de luz. A citadela é hoje algo como uma sombra que me percorre as mãos. Já não existe nada de bom que te possa dar, e o sorriso largo das pessoas que partem entorpece-me os olhos e as pálpebras húmidas que nunca mais limpei, desde a última vez em que te vi: escondida a um canto de uma página.
E, por mais que espere, a nossa perfeição começou nesse primeiro dia e não mais terminou
- e sei que ainda carregas a marca do meu rosto no teu ombro nocturno.

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