Ao caro leitor que por vezes se perde e encontra neste blog:
Tenho o prazer de informar que o livro "Outros dias existem muitos" será publicado em Outubro, numa data a confirmar posteriormente.
one more perfect day.
Pesquisar neste blogue
terça-feira, setembro 23, 2008
domingo, setembro 14, 2008
Equilíbrio
Pegas no controlo remoto que julgas ter sobre a vida e colocas em silêncio. Sentas-te meticulosamente a meio do sofá já gasto para teres o equilíbrio que por vezes escapa.
procuras palavras entre comentários desconhecidos e rostos onde não os há. "a tarefa de sentir é lixada".
- se não estiveres aí, não sei onde estou. o corpo procura uma direcção, um caminho com tabuletas estéreis onde tudo aquilo que a pele deita fora possa significar algo.
esqueces amigos porque deixas os dias passarem sob a pele, sem que lhes digas o que são ou o que tiveram. a tua voz escala paredes da casa mas é como se, no vácuo, não existisses:
tens cor, tens temperatura mas estás vazio.
perguntam-te: a quem te dás? e a resposta teima em ser igual. recordas discursos longos e poemas infrutíferos. tacteias os rostos que ainda queimam as pálpebras de vez em quando
tentar dormir é inútil, tens fantasmas que gritam nas tuas mãos.
e escreves. colocas-te agora à janela. Olhas para a casa como se estivesse vazia e apenas sentes que esta não é a tua casa.
obrigas-te a gostar dos cantos, das paredes, dos tapetes mas, mesmo assim, não é aqui que moras. o teu nome não está escrito à porta, os vizinhos não te conhecem, os lençóis não têm o teu cheiro.
é apenas um espaço oco e frio, onde o corpo se imiscui noutros corpos numa busca vã de amor, sem que o saibas soletrar. perdeste a voz quando começaste a viajar e nem as cidades sem nome conseguem fazer-te parar a procura
de um rosto com nome.
procuras palavras entre comentários desconhecidos e rostos onde não os há. "a tarefa de sentir é lixada".
- se não estiveres aí, não sei onde estou. o corpo procura uma direcção, um caminho com tabuletas estéreis onde tudo aquilo que a pele deita fora possa significar algo.
esqueces amigos porque deixas os dias passarem sob a pele, sem que lhes digas o que são ou o que tiveram. a tua voz escala paredes da casa mas é como se, no vácuo, não existisses:
tens cor, tens temperatura mas estás vazio.
perguntam-te: a quem te dás? e a resposta teima em ser igual. recordas discursos longos e poemas infrutíferos. tacteias os rostos que ainda queimam as pálpebras de vez em quando
tentar dormir é inútil, tens fantasmas que gritam nas tuas mãos.
e escreves. colocas-te agora à janela. Olhas para a casa como se estivesse vazia e apenas sentes que esta não é a tua casa.
obrigas-te a gostar dos cantos, das paredes, dos tapetes mas, mesmo assim, não é aqui que moras. o teu nome não está escrito à porta, os vizinhos não te conhecem, os lençóis não têm o teu cheiro.
é apenas um espaço oco e frio, onde o corpo se imiscui noutros corpos numa busca vã de amor, sem que o saibas soletrar. perdeste a voz quando começaste a viajar e nem as cidades sem nome conseguem fazer-te parar a procura
de um rosto com nome.
Subscrever:
Mensagens (Atom)