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terça-feira, fevereiro 05, 2008

medo.

porque partiste há meses e nunca mais voltaste aqui?

usas a pele como ponte para o silêncio. vês rostos antigos passarem-te à frente mas o teu corpo está tão pesado que não consegues lá chegar

quis falar contigo quando nasceste

mas sei que não me entenderias. pensei: tenho tempo. afinal era engano: o tempo esgotou e continuas sem me entender.

sabes os gritos de cor, sabes as palavras que se usam em cada momento ou em cada maneira de sentir: sabes exactamente o passo a dar quando a tua mente se inebria com perfumes baratos em locais escuros.

- tudo o que querias era aquela música outra vez

e sabes que foste o primeiro mas de nada te vale. sabes que perduras e que ainda recordam o teu cheiro; sabes que quiseste partir para um sítio longe daqui porque, depois de algo tão grande, tudo te parece pequeno para te preencher.

há-de chegar o dia em que, no meio de tanta gente que te observa as rugas, te deparas com aquela que te vê apenas o medo.