por vezes as mãos sangram o pouco que resta da sanidade. todos os dias há um pedaço de ti que se perde nos copos, nos liquídos, nas carnes sem roupa e sem nome.
e por andares perdido encontras rostos ausentes a quem um dia chamaste algo íntimo.
aí surgem nos olhos suores frios e palavras que antes não sabias soletrar.
sabes que partiu
e mesmo assim procuras encurtar distâncias para saber por onde foi, quanto tempo demorou ou se sorriu quando lá chegou.
a uma qualquer cidade sem mapa.
depois, ambos se deitam, no mesmo momento, em lençóis diferentes e frios: tornas teu o seu sorriso e sorris também. a tua pele aquece ao sentir que, algures, ela também toca a sua pele.
passas a mão pelo rosto para sentires que não estás louco
e decides caminhar para fora de ti para não teres o medo que ela teve por saberes que te vais abandonar.