Não foi de rompante. Não foi sem aviso.
Aos poucos, foste invadindo as paredes e vestindo-as de regresso anunciado.
hoje conheci os filhos dos outros. tive-os no colo, fiz-lhes o cavalinho e gatinhei com eles, devagar. Construimos castelos e falámos em línguas indecifráveis, mas falámos
e julgo que estava com o rosto sereno que sempre conseguiste ver em mim.
Faltam apenas algumas horas para esta cidade se encher de gritos e euforia. E todos esses sons trazem á tona o cheiro dos nossos dias, dos festejos que partilhámos, das vezes em que envolvi o teu corpo no meu abraço para impedir que implodisses no meio de desconhecidos.
E quando o teu rosto sorri na memória, o peito inunda-se de fotografias que perdi ao longo dos anos.
como te disse, conheço os filhos dos outros
mas tu esqueceste o meu.
Pesquisar neste blogue
sábado, maio 09, 2015
segunda-feira, maio 04, 2015
Norte.
não há nada a dizer quando o teu ser anónimo se assoma à janela para espreitar.
nada há a ver a não ser paredes que um dia tiveram um sítio para onde ir e sorrisos para lhes pendurar, com nomes e desenhos de cidades longínquas.
olhei imensas vezes para as palavras que pintaste na minha pele, para a fotografia que tiraste
comigo ainda a dormir
como que a tentares aprisionar o meu peito inquieto e fugídio num rolo de filme a preto e branco.
mas o fugitivo apenas aprendeu uma coisa durante a sua existência: partir.
ele chega a casa apenas para saber quando sair novamente, apenas para relembrar os lençóis que deixou ainda quentes, as mensagens ainda por ler e o teu rosto demasiado desvanecido para recordar.
é por isso que sei o nome de todas as ruas que te circundam, de todas as cidades por onde viajaste e os rostos por onde te perdeste:
porque onde estás é o único norte que me surge antes de adormecer.
nada há a ver a não ser paredes que um dia tiveram um sítio para onde ir e sorrisos para lhes pendurar, com nomes e desenhos de cidades longínquas.
olhei imensas vezes para as palavras que pintaste na minha pele, para a fotografia que tiraste
comigo ainda a dormir
como que a tentares aprisionar o meu peito inquieto e fugídio num rolo de filme a preto e branco.
mas o fugitivo apenas aprendeu uma coisa durante a sua existência: partir.
ele chega a casa apenas para saber quando sair novamente, apenas para relembrar os lençóis que deixou ainda quentes, as mensagens ainda por ler e o teu rosto demasiado desvanecido para recordar.
é por isso que sei o nome de todas as ruas que te circundam, de todas as cidades por onde viajaste e os rostos por onde te perdeste:
porque onde estás é o único norte que me surge antes de adormecer.
Subscrever:
Mensagens (Atom)