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quarta-feira, janeiro 11, 2006

Mãos abertas.

Enquanto a idade não te pesa tens que criar pontes que permitam aos corpos descansarem, abrigados do sol do meio-dia.

Ainda não tremem os soluços que irrompem pelas mãos afora: ainda consegues vislumbrar, ao lusco-fusco, as sombras das vozes que se arrastam, como que embriagadas com amores-fortuitos

encandeadas pelos sonhos de juventude.

Tens a calmia do deserto nas palavras.

Segue para onde as falanges doem;
persegue os nomes ocos que tacteiam as tuas noites;
rompe os meios-passos

É agora que o nosso corpo grita, enquanto jovem, pelas mãos abertas, para
que sosseguem aqueles que de si já não sabem nada

os mesmos que já não se recordam de quando a pele se lhes rompeu
e deixou escapar

um filho .. um medo

a friend without a face

Cria as paredes, desenha os quartos com luz por detrás: entrega-lhes a chave: agradecer-te-ão assim que o medo se esvaneça das suas
faces.