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sábado, dezembro 04, 2004

Clocks.

Espero a busca incessante que te há-de trazer a mim. Conheço de cor todos os retratos possíveis , todas as formas que alguma vez o teu rosto poderá tomar.

Não me passarás despercebida.

Teimo em rodear-me de imagens cruas , com um forte cheiro a sonhos-que-deixámos-semeados-pelo-chão. Sempre tiveste a capacidade de organizar tudo e , quando tinhas dúvidas , era a mim que acedias. Franzias o sobrolho , gesticulavas algo com os teus lábios e , antes mesmo de o teu medo soar , já todas as soluções se me deparavam , e a resposta já surgia pronta para apaziguar a tua intempérie.

Onde estás ?

Se te perguntares , algures , de onde vieste , sei que a resposta será algo como: "não sei" , ou quiçá um simples: "de nenhures". Sempre esperei que respondesses de outra forma. Algo como: "de dentro de ti" ou "das tuas mãos". Mas sei que , mesmo que estejas nalgum sítio onde eu não consigo chegar , te recordas dos trajectos que desenhámos e dos poucos que chegámos de facto a percorrer.

E o teu corpo , esse , onde está ?

Não sei , mas é de ti que me lembro.


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