"Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio." Heráclito.
Nunca me avisaram que tal não era possível. Sempre julguei que poderia lavar o corpo na mesma água, nas mesmas gotas salgadas e no mesmo local.
e por isso criámos castelos de algodão que se desmoronam com o vento e com os gritos.
gestos rápidos e brutos substituíram os sorrisos. reflexos incontroláveis tomaram o lugar da leveza que se abria no peito e não há cigarro algum que consiga afastar essa dormência.
erguem-se paredes para controlar o que não consegues parar de dizer. fecham-se as portas para não ouvir, lava-se o chão para trazer de volta o brilho de outros dias, quando há um mundo em alvoroço para esquecer.
e julguei, em duzentos e oitenta e três dias, que tinha mudado. que eu não era mais eu
mas o meu nome não o perdi.
listening: All she knows, Bruno Mars.
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