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segunda-feira, junho 16, 2014

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Sei como é andar na rua sem ter um sítio para  ir. e apenas saímos de casa porque nada há lá que nos segure.

Lembro-me de há uns anos ter um rosto de sorriso fácil. e também de quando deixei de o ter.

 foi mais ou menos por essa altura que as paredes ruíram e o calor do corpo substituiu o calor do sorriso.

passaram.-se anos sem que sentisse novamente os lábios abrirem como se fossem uma barragem que prende cá dentro a criança que fui.

e avisaram-.me sobre o que viria depois
mas preferi ignorar. 

nesses momentos, todo o meu corpo chorava o suor de noites perdidas em conversas inócuas e sem sentido porque apenas  empurram o rosto em direcção àquela pequena fotografia que te roubei um dia

e de tanto olhar, o teu rosto cândido e estupidamente feliz foi-se gastando, até que o teu nome desapareceu da assinatura da carta de despedida.

por tudo isto, fumei em catadupa e bebi como um ímpio, para fustigar o corpo por ter olhado para trás tarde de mais,

quando já não consegui ir buscar-te ao fim do mundo e voltar para casa.

mas eis que alguém anónimo, que sorri por detrás da sua memória, nos toca no braço assim, como que por acidente, e nos diz que perdemos o norte.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ai ai ai ai ai, fumar não, beber não. É poético mas faz mal à saúde. Acredito que para cada questão/ problema há uma resposta/solução. Tem de haver certo? Eu continuo à procura...