Recordo a casa com sabor amargo enquanto os anos passam e as mãos se liquefazem. Existem passos trémulos de viagens que, antes, eram certas nas nossas mentes insalúbres. Por ora, retomamos o alcóol e as roupas embebidas em poalho: nas algibeiras temos cartas em cinza
e aquilo que fizemos é um retrato fiel do que perdemos.
O amor coalha nas rugas das mãos que parem. Rodeamos as pausas da nossa essência para julgar as sombras que, durante a noite, nos ensombraram a partida:
modernizamos a despedida, criamos palavras novas para sugar o tempo para dentro das mensagens inócuas que emitimos
engolimos em esforço os gestos que não conseguimos mais articular;
novamente imberbe: mais uma vez o rosto perfeito se assoma às pálpebras e ataca a nudez dos nomes.
a tua inocência é uma ponte de lobos
e o medo invade o peito como uma febre difícil de travar e, quando damos por ti, consumiste-nos a pele rosácea sem pejo.
Agora
de quando em vez abres os olhos e , sem controlo, o teu corpo grita a
insensatez da velhice que me consome.
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