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terça-feira, julho 04, 2006

Se dissermos:
durante a noite o corpo distende-se em redor de rostos desconhecidos

talvez possamos sentir as mãos que nos percorrem por dentro

- falanges húmidas de amor que se deixou esgotar.

antes que as vozes se tornem recados escritos por todo o lado, torneio o teu rosto e assim se criam

mundos de ausência

que são inexplicáveis: ouves as mãos entrelaçadas ao som da simetria?

aí tens a origem de sons guturais que viajam nos livros carcomidos pelos olhos-de-àgua.

e agora já não há silêncio que disfarce o sabor que deixaste
impresso
na minha juventude.

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