Procuramos o silêncio com toda a força que a religião nos permite. Sentimos o corpo em declínio, sentimos a pele latejar enquanto a tua carne se separa da minha, lentamente
e se perde nas luzes da cidade.
Sentem-se os sorrisos vãos e prematuros. Temos em mãos as palavras que se cravam no corpo como sangue de feridas que teimamos em abrir: passas os teus dedos pelas minhas costas, como lâminas, e abre-las
apenas para que a tua presença se torne óbvia, sólida demais para ignorar.
Há tantos idiomas em que poderia desenhar o teu rosto: delinear os olhos, tornar as faces rosáceas em carne que perdure em caminhos
onde os humanos se negam a ir
torna-se
impossível.
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