Pesquisar neste blogue

sábado, agosto 05, 2006

Carne.

O corpo procura-te durante a noite para te reconhecer o rosto. Tacteia-te as palavras e assim se despede de ti, como se pelo nome soubesse quem és.

Já passaram inúmeros dias desde o momento em que te via pelas ruas, em que as roupas deambulavam pela pele que, de tão gélida, te aproximava de mim.

hoje tens a sombra da distância

e as tuas pálpebras franzem-se no sabor das perguntas que me colocas e, de alguma forma, sabes que são inúteis porque

dentro de ti

jazem os meus dedos, com a mesma forma

com as mesmas rugas

que tinham antes de tentar prender o teu vulto em fuga.

Sem comentários: