O corpo procura-te durante a noite para te reconhecer o rosto. Tacteia-te as palavras e assim se despede de ti, como se pelo nome soubesse quem és.
Já passaram inúmeros dias desde o momento em que te via pelas ruas, em que as roupas deambulavam pela pele que, de tão gélida, te aproximava de mim.
hoje tens a sombra da distância
e as tuas pálpebras franzem-se no sabor das perguntas que me colocas e, de alguma forma, sabes que são inúteis porque
dentro de ti
jazem os meus dedos, com a mesma forma
com as mesmas rugas
que tinham antes de tentar prender o teu vulto em fuga.
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