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sábado, setembro 16, 2006

Bússola.

Sei que há momentos em que a voz se deturpa e esconde pelos dedos dentro. É aí que procuramos quem conhecíamos e quem se tornou um estranho antigo

em várias fotografias que temos

e que não vemos mais.

Olhamos em redor e há gritos

onde há sangue há lágrimas e assim conhecemos o mundo.
Para isso servem as palavras que o corpo desconhece e que deita fora. Durante a noite, durante a tarde e as poucas manhãs que vives, tens vozes que recordam

que cortam em finas películas os medos antes perdidos

e que se colam à derme suada com sinais ao fundo das costas.

reconhecemos pequenos traços: o dedo curvado , o olhar plúmbeo , a intensidade sonora do sorriso

e julgas então que conheces a bússola para a felicidade.

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