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sexta-feira, setembro 29, 2006

Traço justo.

Não quero o mundo dentro de mim, a morrer.

Todas as luzes denotam os mesmos rostos e os mesmos medos. há homens de carne e sangue que magoam ao andar

há vozes intemporais que interrompem o sono e
descem pelo rosto

em trajes de àgua.

Sei-te o traço justo e sei para onde foste. Reconheço agora, ao olhar a casa vazia, ao olhar as paredes escuras e sem luz, ao ver os sons gélidos e complexos da televisão que acendo para apagar a ausência de ti:

há palavras que não disseste
há mãos dadas que não se tocaram e

tudo isso se converge num só toque, que desce de repente e sem aviso, aterrando nas pálpebras, criando vácuo:

o suficiente para diluir os dias em que acordas e sabes que partiste.

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