Dizer-te viva por entre os escombros é uma mentira inconsequente que todos nós, eventualmente, dizemos.
decorei os caminhos apenas para não me perder e saber
de forma verosímil
como chegar a ti: ou quiçá a maneira mais simples de fugir.
procuraste um homem que não era eu e que nunca vi; ao olhar-me ao espellho procurava, então, fazer silêncio e não despertar o teu abismo e o teu amor.
dormias com um rosto impossível.
nunca mais te acordei.
já não sei as ruas que cruzas, não sei os filhos que criaste ou as horas débeis que o teu corpo partilhou com a penumbra:
sei, apenas, com a vermelhidão de cigarros mal apagados, que
te vi de relance
e hoje não és mais que cinza.
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