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terça-feira, julho 10, 2007

Não sei dizer de onde surgiram os muros que ergues no rosto. não consigo desenlear das mãos os finos nós que a tua garganta teceu quando

o meu corpo se te assomou.

os meus olhos são orlas liquídas e imperfeitas: a minha epiderme queima outros que teimam em pousar sem que os autorize. tenho guardado em mim o grito da juventude que te perdeu

e os caminhos sei-os de cor

mas sem que haja uma porta que se abra não há passos a dar. a esta hora o corpo dói e lateja porque o castigo é grande: a verdade arde mas não cura.

tens nomes que o mundo pretende esquecer; fotografias rasgadas pela sanidade e pelos dedos
embebidos em sangue

explodes apenas para ver o que trazes lá dentro

e uma leve brisa de ar sopra-te no rosto e notas que chegaste minutos tarde demais.

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