não sei como criar viagens no teu rosto azul e infantil. vejo a tua pele a saber a sal e apetece-me tocar-lhe, como se fosse um espelho em lágrimas onde o meu rosto se quebra em estilhaços estéreis
e damos-lhe um nome de criança.
toco-te as mãos para criar o calor febril de quem tem uma doença incurável a crescer no peito; sei que o teu nome já foi meu e mesmo assim chamei-te.
posso esvaziar os bolsos à procura de bilhetes, deitar fora as garrafas e os maços vazios, tirar o pó dos dedos para que escrevam
e mesmo assim o teu rosto vai saber a sal porque encaixas com perfeição no que resta da palma da minha mão.
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