Pesquisar neste blogue

quarta-feira, outubro 12, 2022

Noites

As noites tornam-se mais longas com a mente a sobrevoar o tempo em que estás.


Fazemos experiências em como tornar o coração mais breve e calmo, perseguimos sorrisos que teimaste em não tornar temporários e 


A procura cada vez se torna mais disforme e demorada.


Saltamos músicas na memória e percorremos todos os quilómetros até à tua face - tão bela 


E mesmo sabendo que a febre que te invade já não tem cura


O olhar ainda te procura ao longe, 

relembrando 


as refeições por compartir

As garrafas de vinho por abrir

E aqueles toques cúmplices na pele


O que resta agora é desenhar os teus furacões e ter a certeza


Lá bem no fundo


Que só bastava teres dito não. 

14 comentários:

Anónimo disse...

Tive saudades de te ler. Espero que te brotem mais poemas da pele.

Sérgio Xarepe disse...

Se isso acontecer, não é bom sinal.

Anónimo disse...

Uns escrevem, outros sangram poesia. Talvez seja egoísta, mas o teu sangue revitaliza a árvore da criação. Leio-te como quem bebe.

Sérgio Xarepe disse...

Mas quando se sangra, dói.

Anónimo disse...

As musas são tão egoístas como eu, quando te sangram palavras como uma maldição, que transmutas em néctar que nos entregas em frágeis cálices.
Como se a tua pele queimasse e nas pontas dos dedos tivesses uma doença, que queremos estupidamente que nos pegues. Que os teus poemas voem, para lá de ti, para nós. Ainda que enfermos.

Sergio Xarepe disse...

Na ponta dos dedos resta-me a febre de procurar um mundo que não é o meu.

Anónimo disse...

E não é toda a a arte uma febre? Não que isso te console ou te faça feliz.
Quero ainda assim acreditar que nesses breves momentos te reencontras na construção do poema, na procura.

Sergio Xarepe disse...

Reencontro uma parte de mim que quis perder, porque o seu rosto é demasiado triste para sorrir.

Anónimo disse...

Mesmo quando queremos perder partes de nós, elas sobrevivem, ainda que ocultas. Escondidas, como um segredo que carregamos cá dentro.
As tuas palavras em troca do teu sorriso é um preço que não devia ter que ser pago.
Certamente voltarás a sorrir. Talvez um dia não tenhas que te fragmentar para escrever ou para ser feliz.

Sérgio Xarepe disse...

De bom grado deixo de escrever se for para voltar a sorrir.

Anónimo disse...

De certo modo, não foi o que aconteceu durante a tua longa ausência desta esfera?

Anónimo disse...

Volta Ice, este mundo te pertence.

Anónimo disse...

Apenas volta...coração gelado.

Anónimo disse...

Cansativo… já voltaste ?esperamos que sim, coração gelado.