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segunda-feira, agosto 25, 2003

Tenho quarenta graus espalhados por mim afora, enquanto te ouço, e enquanto te quero. Vou, neste momento, para a rua, passear esta febre que hoje se tingiu de cor-de-pele, que se apoderou destas paredes e de mim, sem que desse conta. E sim, ouço-te: não te sei dizer aquelas palavras que se gastam, que ganham pó, suor, que se esticam pelos nós dos dedos e nos deixam, de certa forma, com um pudor maquiavélico, sem noção do que somos ou de onde estamos, do que dizemos, sentimos, tocamos; enfim: sem saber quem sou - és - somos.
Não te poderei recordar e nem escrever mas, de qualquer forma, não tenho sangue dentro de mim, não tenho mãos que me toquem da mesma maneira que a febre me invade, que tu entras - sais - ficas e onde eu não te vejo.
E sei que estarás onde estás, e que eu irei ter contigo.

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