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quinta-feira, junho 23, 2005

O rosto onde nasces.

Há luzes que levam de volta o corpo para a casa que te foi insuficiente. o silêncio
rodeia-se de espaços ocos onde não cabem recordações de nada

tentamos dormir mas a face sua:
os delírios retornam.

A cidade ergue-se na penumbra. pessoas e pessoas alimentam-se de medo e os cabelos tingem-se de loucura

o vento que persegue afasta o teu odor
a casa não é mais tua.


Seguimos as cruzes de néon que agridem a pele. gritam a tua origem; recordam-te, de uma forma inevitável, aquilo que foste

e que já não te permitem ser.

Engolimos as vozes. sabemos de antemão que os teus dias se aproximam do início:
deixamos que as mãos sosseguem sobre as cartas que pararam de
surgir.

o rosto onde nasces

e agora só há movimento para que possamos encurtar a d-i-s-t-â-n-c-i-a que
nos separa dos amigos:

o peito enche-se de nomes

os olhos engolem moradas antigas onde os procuraremos

apesar de sabermos
que não vivem mais .

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