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segunda-feira, março 27, 2006

as águas em redor.

em silêncio

surgem as lágrimas em redor dos sonhos que queimámos nos invernos rigorosos. hoje há pesos que nos puxam as pálpebras e nos fazem fechar os olhos aos rostos de outros, homens que surgiram entretanto e se assomaram à pele.

nunca deixes

caminhamos, a passos largos, para a porta que se nos entreabriu. temos a mesma chave, a mesma fechadura, as mesmas palavras a ecoar como tatuagens céleres e indeléveis.

hoje não

sempre vi quem eras e assim o teu nome ficou gravado na retina dos pássaros. Surgem amigos, mas não como dantes, quando o tempo era fugaz e poucos quilómetros nos separavam do mar.

explodem as ondas

e, como te disse,
nunca deixes.

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