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sábado, abril 01, 2006

Moradas esquecidas.

Colhem-se distâncias nas raízes do tempo. Ainda tens a imagem do amor tatuada na estrada. Ainda os olhos-rubros procuram, diante dos corpos inanimados, uma palavra de conforto:

igual a tantas outras.

Diante de ti elevam-se as vozes para que te afastes e procures o mundo noutras casas. Essas paredes já não cabem no imenso espaço que os nomes deixam ao perecer.

Regressam os gritos
e eles desaparecem de novo para

moradas esquecidas

que um dia escolheram para viver. E saber o local exacto é uma ciência pura que os olhos tentaram apagar, apenas para que, por entre a penumbra dos rostos que entretanto conheceste, não me vejas passar diante da tua porta

e reconhecer que não estás mais lá.

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